“FÓSSEIS VIVOS”

“Fóssil vivo” é uma expressão utilizada informalmente para qualificar organismos de grupos biológicos atuais que são morfologicamente muito similares a organismos dos quais há conhecimento apenas do registro fóssil. Frequentemente, os “fósseis vivos” pertencem a grupos biológicos que no passado geológico da Terra foram muito mais abundantes e diversificados que atualmente.
É importante deixar claro que apesar de ser um termo bastante utilizado, ser bastante popular é um termo informal. Não tem qualquer rigor científico, portanto não é utilizado em Paleontologia. Isso se deve ao fato de que pela própria definição de fóssil se ele está vivo não é um fóssil. Então é um termo popular que na verdade não se aplica cientificamente. Assim como acontece com outros milhares de termos que são usados popularmente de forma inadequada e que cientificamente não está correto.
O que acontece na verdade é que essas espécies que recebem essa denominação são muito similares a formas antigas que são encontradas em fósseis. Isso fica claro quando é feito a descoberta de um “fóssil vivo” pois na descrição é informado os ancestrais da criatura. E dependendo das descobertas realizadas é que vão se inferindo informações sobre as formas de vida atual.
Os exemplos mais conhecidos de “fósseis vivos são: O celacanto, um peixe sem mudanças no aspecto externo geral e em detalhes desde o período Cretáceo (uns 100 milhões de anos atrás) e a metasequóia, árvore descoberta em 1943 num remoto vale da China.

 
Latimeria chalumnae (celacanto)

 
Metasequoia glyptostroboides

E por que o fóssil vivo não evolui? Existem diversos motivos pelos quais um organismo sobrevive milhões de anos sem sofrer mudanças. Um deles é que simplesmente esse organismo já está muito bem adaptado a uma diversidade de condições, ou seja, possui um “design” de sucesso, não sendo necessário que este mude. Este é o caso de Limulus, que entre outras coisas possui uma ampla carapaça que dificulta o ataque de predadores, suporta grandes variações de salinidade e temperatura, e pode sobreviver a meses sem alimento. Já outros organismos se mantém sem mudanças devido a uma continuidade das características do ambiente que selecionam as características presentes no organismo. Este pode ser o caso de Lingula. A sobrevivência de alguns fósseis vivos também pode dever-se ao fato destes habitarem ambientes isolados, onde não enfrentam a competição com outros organismos potencialmente melhor adaptados a esses ambientes. Esse é o caso do tuatara, que encontra-se isolado na Nova Zelândia.

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